quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Jovens comemoram o Dia do Saci com "saciata" na Avenida Paulista

iG São Paulo


Evento em homenagem ao personagem é realizado em paralelo ao Dia das Bruxas. "É uma alternativa brasileira às festas de Halloween", explica o idealizador

Enquanto alguns escolhem sua melhor fantasia para comemorar o Halloween, outros preferem celebrar o dia 31 de outubro de uma maneria mais tupiniquim. A data, que é conhecida por ser o Dia das Bruxas no exterior, marca o Dia do Saci desde 2003. E quem passou na Avenida Paulista por volta das 13h desta quinta-feira (31) também se lembrou que hoje é o Dia do Saci.


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Tudo graças a Francisco Nunes, professor de filosofia da Faculdade Cásper Líbero. Todos os anos, ele organiza eventos em celebração ao saci, como o futebol de saci e a oficina de gorros. Tudo culmina na Saciata, uma travessia de sacis em plena Avenida Paulista.


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“A gente faz atividades aqui na Paulista há mais ou menos 10 anos”, conta o professor, devidamente vestido com seu chápeu vermelho e distribuindo outros gorros iguais para quem quisesse participar do evento.


A travessia é, no mínimo, curiosa. Cerca de 15 pessoas, trajadas com seus gorros, aguardam para atravessar a Avenida Paulista no cruzamento em frente ao prédio da Gazeta. Quando o semáforo fica verde para os pedestres, o que se vê é um monte de gente pulando num pé só enquanto passa para o outro lado da avenida.


A cena chama a atenção de quem está ali só de passagem. “Olha esses malucos”, comenta um rapaz que também esperava no cruzamento. “Eles estão atrevessando a avenida num pé só e gritando ‘viva o saci’, são doidos mesmo”, debocha outro. Mas o grupo não liga para as risadas e segue a travessia, celebrando o saci.


Saci é coisa séria


Apesar de parecer uma ideia maluca, a paixão de Francisco pelos sacis é bastante séria. Ele participa da Sociedade Observadora de Sacis, fundada em São João do Paraitinga, cidade que celebra o Dia do Saci com uma festa que dura cerca de três dias. “Eu tenho um saci, ganhei de um ex-aluno meu. O saci não pode ser comprado, tem que ser dado. Eu o soltei no Parque Trianon, somos contra a criação de sacis em cativeiro”, explica.


Mas quem acha que a Saciata e o Dia do Saci são uma forma de reprimir o Halloween, está enganado. “O saci não é xenofóbico”, garante Chico. “O Dia do Saci é uma alternativa brasileira às festas de Halloween. A gente não é contra as bruxas, só quer colocar o saci no rol dessas figuras aí”, explica o professor.


Para ele, é possível comemorar o Dia das Bruxas e o Dia do Saci sem ser incoerente. “Tem que ter equilíbrio. Essas festas de Halloween enfatizam os elementos europeus, já que é uma festa da Europa”, acredita. “Eu acho que deveria haver um equilíbrio, com a difusão de elementos da nossa cultura. Deveria ter festa pra mula sem cabeça, pro lobisomem e pro curupira”, continua Francisco.


Ainda não vemos por aí festas dedicadas ao saci, mas o quadro está começando a mudar. E se depender de Francisco Nunes e de sua Saciata, o Dia do Saci se tornará um sucesso em breve. “Quem sabe nós conseguimos exportar o saci para o exterior”, brinca o professor.


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